Transporte de carga: gestão de risco e prevenção de sinistros
Gerenciar riscos no transporte rodoviário de cargas: por quê?
São vários os requisitos de cada apólice de seguro de transporte de carga, mas será que são todos necessários mesmo? Conheça boas práticas de gestão de risco e prevenção de sinistros, bem como estratégias para prevenir desvios e recuperar carga roubada.
O Brasil está entre os dez países mais perigosos do mundo quando o assunto é roubo de carga. Pouquíssimos têm a necessidade de sistemas semelhantes de prevenção.
No primeiro semestre de 2019, 90% das ocorrências sulamericanas se desdobraram no país.
O Brasil registrou 22 mil roubos de carga em 2018.
80% das ocorrências aconteceram no Sudeste.
Por isso, é importante que você entenda as vulnerabilidades e as regras de segurança nas estradas. Com isso em mente, preparamos para você um apanhado sobre gerenciamento de riscos no transporte rodoviário de cargas.
Antes de nos aprofundarmos no conteúdo, é importante alinhar alguns conceitos importantes. Se ficar em dúvida a qualquer momento, você pode visitar nosso glossário.
O que é gerenciamento de risco de transporte de carga?

Chamamos de gestão de riscos o conjunto de processos, práticas e procedimentos. Juntos, são utilizados para evitar que ocorram acidentes, desvios ou danos à carga. Se aplica durante o armazenamento e, principalmente, o transporte.
Um bom sistema de gestão e mitigação de riscos protege não apenas as mercadorias, mas também os veículos de transporte e as pessoas envolvidas no processo.
É uma prática comum o monitoramento de frota via satélite; mas processos complementares de gerenciamento de risco operacional e fraude também são necessários. Isso porque são muitos os desafios enfrentados por motoristas de
Transportadoras interestaduais e internacionais que transitam pelo país. O estado do Rio de Janeiro, especificamente, se destaca como um dos mais perigosos. É o campeão nacional em número de roubos.
Fatores de risco no transporte rodoviário de carga
Gerenciar riscos é uma maneira de proteger o transporte e logística de atentados contra o patrimônio e/ou a vida… ou até mesmo fatores mais inusitados, como as greves e manifestações. Os fatores de risco levam às falhas e atrasos na entrega, aos roubos, furtos e desvios de carga.
- Erros na documentação da carga. Falhas nos documentos fiscais levam a multas ou até mesmo suspensão do transporte.
- Rodovias em más condições. Apenas 11,8% das rodovias brasileiras são pavimentadas e, destas, menos de 40% estão em boas condições. Os dados são da CNT.
- Trechos de alta periculosidade. Algumas estradas possuem maior índice de roubo do que as demais, seja pelas características do terreno ou pela dificuldade em acionar socorro.
- Desrespeito aos limites de peso e dimensões. Falta de cuidado, desatenção e imprudência significam maior consumo de combustível, desgaste do veículo e dano à carga.
- Mal acondicionamento do tipo de carga. Problemas de ventilação, empilhamento indevido e falta de higiene são uma ameaça, principalmente no caso de carga viva e perecíveis.
- Veículos sem a devida manutenção preventiva. O desgaste natural das peças pode desencadear do prejuízos graves, impactando o tempo de entrega ou até mesmo inviabilizando o transporte.
- Veículos sem equipamento de segurança. Sem usar a tecnologia disponível, o embarcador e a Transportadora ficam a mercê do acaso. Informação em tempo real e equipamentos de rastreamento identificam rapidamente quando algo está errado, acelerando a intervenção.
- Falha humana. Muitos sinistros podem ser evitados por um profissional competente. Imprudência, negligência e imperícia do motorista, ou até mesmo mal-estar devido a más condições de saúde causam acidentes e transtornos.

Por que investir em segurança e eficiência operacional
Ok, talvez você já saiba que as corretoras de seguro obrigam Embarcadoras e Transportadoras a contratar gestão de riscos para autorizar a apólice de seguro da carga. Mas há outros motivos, tão ou mais interessantes, que merecem consideração:
- Estourar prazos e perda de carga significam perda de clientes. Riscos que se concretizam levam a uma série de problemas na operação de quem faz o transporte e de quem deixa de receber a carga.
- Cargas diferentes têm necessidades específicas de manuseio. O armazenamento ou transporte indevido danifica embalagens e produtos, o que por si só reduz o valor de venda ou impede a comercialização.
- Erros na documentação atrasam significativamente a liberação de mercadorias. O transtorno é mais grave do que o as multas ou descumprimento de prazos: no caso de retenção, produtos perecíveis podem ser inviabilizados.
- Caminhões e veículos de trabalho são caros. Tê-los parados é sinônimo de prejuízo duplo: além de ter de se arcar com reparos, deixa-se de faturar com fretamentos durante o período. Em caso de roubo ou acidentes com danos, pior ainda.
- Motoristas precisam de proteção. Estes profissionais passam por longos períodos de qualificação, se afastam das famílias e, ainda, têm a responsabilidade de conduzir grandes valores em mercadoria. Merecem plenas condições de trabalho e segurança – afinal, estão expostos a acidentes de trânsito, assaltos e sequestros.
- O percurso errado pode custar bem mais do que parece. Nem sempre o caminho mais curso é o ideal. Um terreno muito acidentado pode aumentar de maneira relevante o tempo de trajeto, seja por aclives e declives, desgaste e quebra de peças ou engarrafamentos.
É por isso que o gerenciamento de riscos deve priorizar eficiência e segurança de ponta a ponta. Olhar para apenas um destes fatores não é o suficiente para garantir que a carga seja entregue.
Responsabilidades e papeis no gerenciamento de risco operacional

Você já deve ter percebido que há muitos envolvidos e vários pontos de atenção para garantir que toda a mercadoria carregada no caminhão seja efetivamente entregue no destino.
Tanto é que quatro tipos diferentes de empresa são envolvidas no processo, desde o armazenamento até a entrega no ponto de venda. Vamos a elas.

Responsabilidades e papeis no gerenciamento de risco operacional
Como o próprio nome sugere, são as responsáveis pelo seguro de transporte de carga. São elas que estabelecem os critérios de análise e gerenciamento de risco por meio de apólices de seguro.
Quando há um sinistro (acidente, roubo ou qualquer outra situação de perda de veículos e cargas), a Seguradora paga o prêmio. Em outras palavras, é ela que reembolsa o dono da carga em caso de eventuais prejuízos.

Embarcadoras de mercadoria
O embarcador é a pessoa jurídica que necessita o transporte da mercadoria – costuma ser o dono dos produtos. Chamamos de empresa embarcadora a que contrata a Transportadora para levar a mercadoria do ponto A para o ponto B.

Transportadoras rodoviárias
A Transportadora é a empresa que carrega a carga de um local ao outro. No Brasil, 75% das mercadorias passam pelo sistema modal rodoviário.

Gerenciadora de riscos
Por último: o que faz uma Gerenciadora de Riscos, então? Bem, o papel da empresa contratada é o de apoiar Embarcadoras e Transportadoras na prevenção e remediação. Começa pelo planejamento de rotas, fiscalização de veículos e motoristas e, depois, faz o controle do transporte em si.
Algumas, como a Mundial Risk, vão além e fornecem também fornecem treinamentos, softwares e serviços de gestão logística. Desta forma, tem-se melhor compreensão do comportamento de veículos nos centros de distribuição e pátios.
O foco é melhorar o ROI no que diz respeito à distribuição e ao armazenamento das cargas.
Como se dá a relação entre as partes?
A Seguradora oferece compensação pelas perdas sofridas por Embarcador e Transportadora, desde que seja contratada uma Gerenciadora de Riscos para diminuir a probabilidade de que elas aconteçam.
A apólice da Corretora de Seguros cobre diferentes sinistros com base no tipo de empresa envolvida.
Apólice para Embarcadoras
Reembolsa perdas e danos gerados por causas externas, dentro de prazo específicos. É o caso de acidentes, avarias e roubo, seja durante o trajeto ou armazenamento.
Apólice para Transportador
O seguro cobre acidente com o veículo transportador, basicamente. Normalmente, é necessária uma apólice a parte para o caso de roubo ou desaparecimento da carga e veículo.
Quem paga a taxa de gerenciamento de risco (GRIS)?
Quando a carga tem alto valor agregado, a Transportadora deve contratar um seguro contra roubo ou desvio de carga. A apólice de seguro sinaliza quais exigências são demandas pela corretora para que o serviço seja prestado.
Mas por que pagar a GRIS? A tarifa tem uma função importante: ela transfere os riscos relacionados ao envio. No caso de furto, roubo ou sequestro da carga, nem Transportadora nem Embarcador precisam arcar com o prejuízo causado.
A taxa varia com base em uma série de fatores, entre eles o custo operacional do transporte (peso x distância, etc.), salários, o tipo de produto transportado e a necessidade de serviços especiais, como escolta e blindagem.
O valor referente à GRIS é reembolsado pelo dono da carga após a entrega. O valor a ser pago tanto é descontado diretamente na nota fiscal do responsável pelo transporte.
Como é feito o Plano de Gerenciamento de Riscos (PGR) para transporte de cargas?
Antes de mais nada, é preciso um estudo aprofundado de cada operação do cliente. Na sequência, o resultado é comparado às regras da Seguradora. A partir daí, a Gerenciadora de Riscos formata um Plano de Gestão de Riscos (PGR) particular a cada cenário.
O PGR é, no fim do dia, um projeto documentado. O plano oferece ferramentas de controle para:
- acompanhamento das operações,
- projeção de riscos,
- redução de perdas, e
- otimização de resultados.
Portanto, para ter sucesso, a gestão de riscos deve olhar para mais do que o transporte em si. São feitas recomendações para o armazenamento, carregamento, descarregamento e até mesmo para a gestão das empresas.
O gerenciamento de riscos compreende ações preventivas e corretivas, e é indispensável. Afinal, são milhares de ocorrências por ano.
Outra vantagem: o gerenciamento eficaz se traduz em redução de custos operacionais e melhora no cumprimento de prazos. Para efetivá-lo, é recomendável abraçar tecnologias de segurança patrimonial e rastreamento. Assim o plano sai do papel e protege de verdade.
Como o gerenciamento de riscos previne sinistros?
A Gerenciadora de Riscos contratada tem o compromisso de compartilhar e aplicar conhecimento. Por isso, o maior diferencial a ser oferecido está na equipe de especialistas que compõem a empresa… aliada a um forte investimento em tecnologia.
Ao cotar e escolher um fornecedor, é importante estar atento. Caso contrário, a empresa será incapaz de evitar danos ou extravios. É importante que tenha olhar técnico criterioso para:
- riscos do transporte de cargas,
- cenário da proteção de valores,
- sistema viário brasileiro.
Por exemplo: é graças a essa expertise que a Mundial Risk se tornou referência para corretores, Seguradoras e Transportadoras.
Uma Gerenciadora de Riscos deve apoiar a gestão de logística com o acompanhamento de todo o trajeto da carga. Isso mesmo: incluindo despacho, paradas ao longo do trajeto e até a entrega e retorno do veículo à base.
Se os processos forem seguidos à risca pelo sistema de gestão de logística, a ação em caso de qualquer ocorrência é imediata. A abordagem preventiva é a que melhor beneficia as Seguradoras, por não haver necessidade de acionar o seguro de transporte de carga.
Priorização de riscos e tratativas
Ela acontece da seguinte maneira: primeiro os riscos são identificados e classificados de acordo com a probabilidade de que se concretizem. Segundo, são definidas ações de resposta a cada um dos riscos identificados, priorizando-se os mais frequentes e impactantes.
É possível identificar, então, quais riscos devem ser tratados em que ordem, e priorizar os que merecem mais ou menos recursos:

- Ocorrências mais frequentes e com consequências mais graves devem ser tratadas de maneira imediata, sem medir esforços.
- Ocorrências frequentes, mesmo que menos graves, merecem atenção para evitar distrações e consumo desnecessário de investimentos. Estas melhorias são ótimas por produzirem resultados rápidos. Contudo, devem ser solucionadas para que não se transformem em algo crítico no futuro.
- Aquelas ocorrências menos frequentes, porém de alto impacto, vêm na sequência. Levam mais tempo para ser resolvidas e por isso é preciso resolver os itens II antes de atendê-las. Caso contrário, o volume de casos graves tende a aumentar.
- Estas ocorrências pertencem ao domínio da excelência. Empresas que desejam superar as concorrentes encontram no tratamento destas o seu diferencial competitivo. Entretanto, podem ser ignoradas e tratadas como custo de operação, pois não causam grandes problemas operacionais.
Por último, é feito o monitoramento constante da incidência (concretização) dos riscos identificados. A análise quantitativa e qualitativa dos riscos gerenciados é importante para que não se repitam no futuro.
Por atender a muitas Transportadoras, a Gerenciadora de Riscos consegue cruzar as informações de todos os clientes para ter uma visão realista do cenário de transporte terrestre de cargas.
A vantagem é que, diferente das Embarcadoras e Transportadoras, a Gerenciadora de Riscos está em posição privilegiada. Assim consegue decidir como lidar com os riscos considerando a aversão ou tolerância, bem como identificar riscos secundários e residuais com maior assertividade.
Agentes de aplicação do Plano de Gerenciamento de Riscos
Cada Gerenciadora de Risco possui estruturas, metodologias e tecnologias diferentes. Por priorizar segurança e eficiência de ponta a ponta, a Mundial Risk prioriza o relacionamento próximo e constante. Na sequência você conhece as estruturas que dão apoio à aplicação do PGR.
Gerente de Conta
O Gerente de Conta é o profissional designado para intermediar o relacionamento. É o responsável por:
- cadastramento no sistema,
- implantação das Regras de Segurança,
- treinamento dos envolvidos no processo de Gestão de Riscos,
- avaliação periódica do desempenho do plano,
- avaliação de eventuais sinistros ocorridos.
Central de Monitoramento 24h
O transporte de cargas não cessa, por isso o monitoramento e rastreio de veículos também não pode parar. A tecnologia permite acompanhar a logística durante toda a viagem, em tempo real.
Em caso de eventos de não conformidade com o planejado, as medidas de segurança serão tomadas imediatamente – ainda durante a viagem. O mesmo procedimento é adotado também no monitoramento do veículo na volta à base.
A Mundial Risk, especificamente, combina software MR 365 e plano de contingência envolvido de dados e voz.
Pátios e paragens
Motoristas e veículos necessitam de espaços seguros para intervalo e descanso durante as viagens. Por isso, gerenciadoras de risco disponibilizam locais exclusivos para transportadoras parceiras em pontos estratégicos a viagens em curso.
Estes postos de controle são especialmente úteis para a conferência de cargas durante o trajeto, ou durante a espera para adentrar áreas de risco. Atualmente, a Mundial Risk oferece este serviço em Minas Gerais e na Bahia.
Aliás, existem também os chamados postos avançados que, no caso da Mundial Risk, estão em Barueri/SP, Rio de Janeiro/RJ, Itapissuma/PE, Santo André/SP, Cubatão/SP e Ipatinga/MG (sem falar no moto auditor em São Paulo/SP). Entenda a diferença na sequência.
Postos Avançados de Serviço
O grau de envolvimento e dedicação varia entre cada Gerenciadora de Riscos e seus clientes. Os postos avançados compõem uma proposta particularmente interessante… o especialista técnico de gerenciamento de risco é alocado dentro da empresa cliente, ou ao longo da rota.
Esses postos verificam se:
- veículos e motoristas estão em plenas condições de viagem;
- os itens de segurança estão sendo usadas corretamente;
- as regras de segurança no embarque e desembarque são respeitadas;
- os procedimentos do plano de gerenciamento estão sendo cumpridos na íntegra.
Para tanto, executam check-list em veículos, briefing com motoristas, ajudantes e equipes de segurança, e implementam equipamentos de rastreamento e escoltas, entre outras atividades.
O trabalho é valiosíssimo por gerar inteligência, com informações estatísticas e gerenciais. Se algo não vai bem, o posto avançado pode, inclusive, oferecer treinamento e reciclagem de equipes.
Estratégias para aumentar a segurança nas estradas
Você provavelmente já se acostumou com o monitoramento de frota via satélite. Mas a empresa está preparada para o gerenciamento de risco e fraude? A cadeia logística é longa e complexa e, por isso, deve ser trabalhada em dois viéses: conscientização e controle.
Alguns pontos exigem especial atenção, e por isso fazem parte de todo PGR:
Ao saber exatamente onde e quando cada veículo está localizado, profissionais de apoio podem ficar de sobreaviso para agir mais rapidamente. É posssível, também, identificar atividades suspeitas, como no caso de o motorista desviar de rota sem necessidade aparente.
Trechos com maior incidência de roubos e acidentes merecem atenção especial. Medidas adicionais de segurança podem ser adotadas sempre que for inevitável trafegar nestas regiões. Motoristas podem ser orientados a viajar em comboio, por exemplo. A empresa pode até mesmo optar por escolta armada, identificada ou à paisana.
De nada adianta ter o melhor motorista na melhor rota, se o veículo de transporte não está em condições de rodagem condizentes ao frete. A Gerenciadora de Riscos pode executar checklists e verificação da frota no pátio (antes da viagem) e durante o trajeto, nos postos de controle.
Motoristas e acompanhantes cadastrados e com itinerário a cumprir. O uso de sensores nas portas de motoristas e caronas são um excelente recurso para identificar se há tentativas de adentrar na cabine ou baú.
O excesso de tempo em determinada pausa ou descumprimento dos tempos de parada e reinício são sinal de alerta. Podem indicar que algo fugiu ao planejado ou que o motorista está em condições de fadiga, mal-estar ou algo parecido.
Assim como algumas rotas devem ser evitadas, alguns horários também são inadequados ao trajeto. Isso se deve a vários fatores: grau de periculosidade, horários de maior trânsito ou regulamentações municipais ou regionais. O bloqueio e desbloqueio remoto é uma maneira de resguardar estas orientações.
Motoristas atendem legilação específica quanto a horas trabalhadas, intervalos de interjornada e intrajornada e pausas. Respeitá-la os ajuda a ter melhores condições de saúde e qualidade de vida. Ao mesmo tempo, permite às empresas de transporte a manter custos com pró-labore sob controle e evitar custos com horas extras indevidas.
Ainda em dúvida sobre como prevenir roubo de cargas? E como agir no caso da necessidade de recuperação de cargas? Dá mesmo para evitar acidentes?
Na sequência, vamos nos aprofundar em como Seguradoras, Embarcadores, Transportadoras e gerenciadoras de risco devem incentivar para que todo frete chegue ao destino.
Fazer o levantamento completo das rotas a serem percorridas
A Gerenciadora de Riscos auxilia cada veículo a percorrer o caminho mais eficiente. Além de garantir que a frota faça a entrega no menor tempo e custo possível, leva em conta outros fatores que impactam a segurança nas estradas:
- pedágios;
- postos de combustível;
- situação das rodovias;
- criminalidade e assaltos por região;
- trechos com histórico de acidentes, etc.
O levantamento de rota segura e planejamento de viagem determina em que pontos as paradas são recomendadas ou não.
Examinar motoristas e veículos para montar as melhores combinações
Como garantir que apenas pessoas capacitadas e idôneas fazem parte da equipe? Simples: com a checagem de dados cadastrais e histórico profissional. Verifica-se se o motorista está tecnicamente preparado para o tipo de caminhão e de carga que irá conduzir.
O mesmo vale para ajudantes e terceirizados.A aplicação de testes psicológicos e práticos, o acompanhamento de viagens e treinamentos são boas maneiras de evitar sinistros causados por erro humano.
Mas, somente isso não basta – é preciso avaliar a adequação da frota. Faz-se o levantamento de dados do veículo junto aos órgãos reguladores de trânsito e a conferência da manutenção periódica. Incluem-se na verificação de veículos a análise de multas e avarias, entre outras.
Contratar um bom sistema de rastreamento de veículos
Com a pré-definição de rotas, o próximo passo é o monitoramento 24 horas do transporte. O habitual é contar com equipamentos de rastreamento via satélite, somados a outros de apoio. Para localizar com precisão cada veículo, são combinadas uma série de tecnologias. Podemos citar:
- Rastreamento principal por satélite + redes GSM/GPRS;
- Redundância por iscas RFID para cargas de alto índice de roubo;
- Tecnologia anti jammer, que agem contra bloqueadores de sinal);
O sistema da Gerenciadora de Risco se comunica com os sinais dos hardwares de rastreamento usados por embarcadoras e transportadoras. O time monitora cada veículo para efetivamente evitar roubos e facilitar a recuperação de cargas. Cumpre-se itinerários sem desvios, nem sobressaltos.
Estabelecer um perímetro de segurança
Você mapeou a rota, sabe o posicionamento de cada veículo… e agora? Bem, já estabelecemos que a Gerenciadora rastreia e controla o trajeto do veículo e o cumprimento da rota. Para isso, cria uma ‘cerca eletrônica’ virtual.
No caso de o motorista ultrapassar a área de segurança delimitada, o sistema acusa o desvio automaticamente. São acionados os procedimentos de não conformidade – as tais ações de resposta que citamos anteriormente.
Aproximação entre clientes e fornecedores competentes
O Gerenciamento de Riscos no transporte exige o envolvimento de muitos players. Para alcançar os melhores, deve-se fazer a gestão conjunta, em parceria entre fornecedor e cliente. Assim, há mais consistência e transparência.
Para a contratante, a vantagem está no controle sobre o processo. A cliente é constantemente informado sobre qualquer eventualidade. Na Mundial Risk, por exemplo, as embarcadoras e transportadoras participam ativamente do monitoramento de riscos.
Na prática, alguns diferenciais importantes fazem com que o compartilhamento de informações seja ainda mais amplo. Por vezes, a empresa instala um posto de gerenciamento avançado dentro da empresa cliente.
Contratar escoltas armadas para cargas mais desejadas
Serviços de escolta armada são excelentes para acompanhar os veículos em trânsito. Cabe à Gerenciadora de Riscos homologar empresas de segurança que:
- seguem alto padrão de qualidade,
- são certificadas pela Policia Federal,
- possuem as demais certidões e regulamentações, de acordo com a necessidade.
Há dois tipos de escolta armada. A escolta armada ostensivas utiliza veículos identificados e vigilantes uniformizados, facilmente reconhecida. Já a escolta armada velada é realizada por veículos sem identificação sem identificação.
Operações de logística reversa
Não basta se limitar a entrega – o retorno do veículo também merece atenção. O acompanhamento simples e eficiente de rotas melhora o desempenho da empresa e garante um retorno mais rápido e seguro do veículo à base.
Especificidades por tipo de frete
São muitos os tipos de transporte de carga, variando de acordo com o produto a ser transportado, veículo usado no deslocamento e o contrato de transporte. Listamos algumas boas práticas a serem seguidas em situações específicas.
Carga fracionada x carga lotação
Quando a carga é transportada sozinha e completará um percurso específico entre dois pontos, chamamos de transporte de carga lotação. Para que os produtos sejam acomodados adequadamente, a Transportadora precisa dispor de diferentes tipos de caminhão.
A vantagem para estas empresas é a diminuição do transporte por carga, uma vez que não são necessárias operações intermediárias ao trajeto. Já o transporte de carga fracionada é mais complexo. Nestes casos, o caminhão carrega diferentes cargas juntas, com diferentes pontos de entrega.
O planejamento de rota exige atenção especial, com minucioso controle de entregas. O risco de extravio e atrasos aumenta significativamente – por isso, a contratação de uma Gerenciadora de Riscos é ainda mais recomendada.
Transporte de carga seca
Óleo, grãos, leguminosas: são muitos os tipos de alimentos não perecíveis. Assim como produtos de limpeza, eletrodomésticos, máquinas e outros objetos de longa durabilidade, são chamados de cargas secas.
À primeira vista, não parece que necessitam de atenção especial.. mas será mesmo? A carga seca precisa ser protegida das interpéries, pois excesso de humidade ou exposição à luz e calor podem, sim, danificar a mercadoria. Escolher veículo e embalagem adequados aos produtos é essencial para evitar perdas.
Embarque e transporte de carga viva
O transporte de animais é um dos mais delicados, sendo necessário fazer o máximo pelo bem-estar animal. São exigências de acomodação:
- viabilizar a inspeção e tratamento pelas autoridades;
- boa ventilação e possibilidade de receber alimento e água;
- espaço suficiente para que fiquem em pé e possam se deitar;
- piso antiderrapante para que não se machuquem;
- não carregar outras mercadorias que possam machucá-los.
Cada trecho de viagem não pode exceder 20 horas sem pausas para descanso. Além disso, o veículo deve ser devidamente sinalizado com o tipo de carga. Por ser uma mercadoria muito visada, a recomendação é combinar o monitoramento por GPS com videovigilância.
Prevenção de danos no transporte de carga pesada
No caso de carga pesada, a principal preocupação é o deslocamento de peso do material transportado, que pode desestabilizar o veículo e pôr em perigo a integridade dos profissionais e carga. Por isso, é importante monitorar a embalagem do produto, verificando pancadas que ela venha a sofrer.
A melhor maneira de proteger a mercadoria é evitar a movimentação, ou seja, reduzir ao máximo os espaços vazios. Lonas ou sacos de ar são uma ótima opção para preenchê-los. Especialmente nos deslocamentos longos, é preciso ter cuidado extra com a humidade, já que a carga não é movimentada com a frequência suficiente para permitir ventilação.
Condicionamento e transporte de carga perigosa
São consideradas cargas perigosas todos os produtos inflamáveis, exposivos, oxidantes, corrosivos, tóxicos ou infectantes. Como o próprio nome sugere, são extremamente nocivos em caso de acidentes e vazamentos. A principal recomendação para reduzir danos é evitar áreas específicas:
- povoadas com densa população;
- que contenham reservatórios ou fontes d’água;
- próximas a reservas ambientais e ecológicas.
Como boa parte dos riscos diz respeito ao manuseio destes elementos, as embalagens merecem atenção. Além de identificar claramente o teor do conteúdo, devem ser feitas de material adequado ao fim. Mais do que quaisquer outros, os profissionais que atuam com o transporte de materiais perigosos devem passar por qualificações e treinamentos especializados.
Cuidados no transporte internacional de carga
Aqui aplicam-se seguros especiais. No caso de transporte rodoviário de cargas, a modalidade de referência é a de Seguro Responsabilidade Civil do Transportador em Viagem Internacional (RCTR-VI).
Válidas para todo o Mercosul, as apólices parciais ou integrais podem ser para cargas em Importação ou Exportação. Antes de assumir operações no exterior, a Transportadora deve adquirir o máximo de conhecimento sobre a cultura de importação/exportação estrangeira – inclusive com apoio de agentes locais.
O seguro internacional de importação cobre despesas como: custo da mercadoria, Impostos (II / IPI / ICMS / PIS) e lucros esperados. Nas exportações, o seguro costuma cobrir apenas o custo da mercadoria. Entretanto, todos são negociados tendo Incoterms (do inglês International Commercial Terms – Termos Internacionais de Comércio) como referência balizadora das responsabilidades.